quinta-feira, 24 de maio de 2007

A web uniforme.

Não é de hoje que o termo acessibilidade vêm se tornando um tema de grande discussão entre as comunidades mais interessadas nos que se diz respeito à padrões web. É de fato uma preocupação constante para as grandes empresas e principalmente para os órgãos governamentais que exista uma certa similaridade no que diz respeito ao acesso ao conteúdo de seus sites. O que me entristece é que tanto desenvolvedores como usuários ainda estão mau informados sobre o assunto, até os mais informados não dão a devida importância a esta prática que atende a um público que, economicamente falando, não pode ser descartado. O ideal é que todo designer tenha pelo menos uma idéia de seu verdadeiro conceito para que no futuro tenhamos uma internet de fácil acesso à todos.
[e por base nos últimos acontecimentos não estranhe se daqui há três anos ouvirem falar de acessibilidade como a "Web 4.0"].

Muitos ainda confundem acessibilidade com usabilidade, e se alguém ainda não teve a curiosidade de clicar nos links relacionados, aqui vai um leve resumo:

Usabilidade: é basicamente a qualidade de interação de uma interface e o usuário, que seja ele iniciante ou não, mas que encontre facilmente seus objetivos.

Acessibilidade: tem como objetivo tornar sites [ou softwares] mais acessíveis para os portadores de deficiências físicas e visuais.

Li recentemente uma matéria comunicando que os sites do governo seriam adaptados para deficientes visuais. De fato, muito bom. E dou toda razão ao governo, certamente o público de cegos deve formar um eleitorado maior do que qualquer outra deficiência. Destaque para o nome do serviço, chamado carinhosamente de "Silvinha", desenvolvido pela Acessibilidade Brasil.

Para quem tem o mínimo de interesse e/ou curiosidade sobre o assunto tente, por exemplo, navegar neste blog sem utilizar o mouse, ou ainda, desligue o seu monitor.
Complicado, não? Mas, é exatamente assim que a internet existiria para os portadores de deficiência se não fossem por programas como o Jaws ou até mesmo o brasileiro Dosvox. O que estes programas fazem é ler as informações contidas na tela do computador, interpretá-las e comunica-las ao usuário através de síntese de voz, estes, convertidos em comandos para serem acessados via teclado. Existe também um browser chamado Webvox, que como um browser convencional, o carrega uma página da internet que, uma vez carregada ele processa a tradução dos comandos HTML para um script de áudio. O script texto gerado é interpretado por um outro aplicativo denominado Levox que controla o funcionamento do sintetizador de voz.

Porém, apenas ter estes e outros programas instalados no computador do usuário não faz do seu site um site acessível. Para tornar-se acessível é necessário que sejam aplicadas nas páginas algumas técnicas e regras de acessibilidade, além da correta utilização da marcação HTML/XHTML.

Na prática, veja os cuidados e quão grande é o esforço para tornar uma imagem que representa um botão de um link com acessibilidade, por exemplo durante o desenvolvimento do projeto:

<img src=”produtos.jpg” />

Uma imagem sem acessibilidade

< img src="produtos.jpg" alt="Produtos Comercializados" / >

Uma imagem com acessibilidade.
Através da aplicação do valor "Produtos Comercializados" na propriedade ALT do tag IMG.


OBS: Este método só deve ser usado em imagens que tenha alguma informação, nunca em imagens decorativas, neste caso deve-se usar:

<img src="imagem.jpg" alt="“" />


Após isto seu projeto ainda precisa passar por um validador. Os validadores automáticos são gratuitos eles servem para testar via internet a acessibilidade das páginas de seu site uma a uma. Se estiverem acessíveis segundo seus padrões, é emitido um selo com o logo do validador. Este selo pode ser aplicado nas páginas, atestando a sua acessibilidade. Porém se caso for encontrado algum problema em seu site, estes serão listados um a um em relatório detalhado sempre acompanhado de exemplos.

Existem vários validadores disponíveis, após uma leve pesquisa listei abaixo alguns:

WebXACT
Hera [português]
Cynthia
Lift
DaSilva [português]
Valet
Ocawa

Dependendo de sua paciência você ainda pode dar uma olhada na lista avaliadores de acessibilidadeindicada pela própria W3C.

Para finalizar, um exemplo de um site desenvolvido segundo os critérios de acessibilidade estabelecidos por entidades como a W3C. O site da Rede Saci foi construído com características de portal vertical para portadores de algum tipo de deficiência como também pessoas interessadas no assunto.

2 comentários:

Marco Jr disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabriel Ramalho disse...

Marcos, o decreto federal para a adaptação dos portais do Governo Federal às normas de acessibilidade do WCAG tinha como prazo final de conclusão o dia 02 de dezembro passado. Hoje, a quase totalidade dos portais de administração direta e indireta do Governo Federal está totalmente acessível. Fui um dos responsáveis pela adaptação do Portal do Banco do Nordeste e, visitando in loco o Instituto dos Cegos e aprendendo mais sobre o assunto, me tornei um grande entusiasta. Todo desenvolvedor poderia fazer a sua parte de inclusão digital, sempre que possível, dando importância à acessibilidade em seus projetos.
Abraço!