segunda-feira, 21 de maio de 2007

Foi o Nielsen que botô pra nois bebê!

Há muito tempo já se fala em padrões web. Mais que isso, fala-se de padrões web como uma solução para "seiláoque" que veio de "seiláonde". Hoje, quando toda essa disposição natural dos conceitos web foi se dirigindo para as margens dos padrões já conhecidos, fez-se necessário dar um nome a este novo personagem desta 'nova era' [se é que podemos assim dizer] e para variar, ganhar uma boa grana com isso.

Eis que surge a Web 2.0. "A evolução da web".

Na primeira vez que ouvir falar sobre, admito que achei que isso tinha verdadeiramente algum significado.
Lucrativamente falando, o termo 'Web 2.0' é usado para descrever uma espécie de 'segunda geração' da World Wide Web. Seu conceito é basicamente uma troca de informações em um ambiente on-line mais dinâmico apoiado na colaboração dos internautas para organizar o conteúdo.

Bonito e comovente, de fato.

Porém, toda essa divulgação em torno da Web 2.0 nada mais é do que um golpe de marketing. Me perdoem os adeptos mais fanáticos aos mandamentos do "São Nielsen", mas toda essa lenga-lenga não passa de um rés blefe. Apenas uma outorgada e lucrativa tendência.
A Web 2.0 não é uma nova tecnologia, nem uma nova linguagem, sequer um novo conceito, não é nada! Não significa coisa alguma!
Ande um pouco pelas ruas até encontrar uma banca qualquer, lá certamente você irá encontrar estampado na capa de muitas revistas "Web 2.0". Isto vende! Todos queremos parecer bem informados e acabamos adquirindo a revista mesmo que no início aparentamos receio e vergonha por ainda não saber nada a respeito.

Isso me lembra que há poucos anos atrás surgiu como que por uma descoberta o termo RIA [Rich Internet Application]. Este por sua vez, também foi mais uma jogada de marketing da falecia Macromedia de divulgar uma idéia como se fosse uma nova tecnologia. O Rich Internet Application era algo bem específico que começou sendo utilizado no Flash para aplicações que requerem muita interação do usuário como formulários de preenchimento, interações com XML ou até mesmo games. O fato é que os desenvolvedores em Flash mais antigos já faziam RIA desde o Flash 4. O que faz do termo RIA apenas a nomenclatura de um novo certificado para ser vendido pelas escolas de tecnologia.

Até o próprio RSS tão louvado pela grande parte dos desenvolvedores web como uma forma de padronizar a distribuição de conteúdo por XML, já se encontra com nove versões diferentes e incompatíveis, com diversos sites utilizando cada uma delas.

Não existe nada de diferente acontecendo no mundo. O Google está cada vez mais rico, alguns africanos cada vez mais pobres e os brasileiros não estão mais inteligentes. Tudo normal.
Todos esses "novos conceitos" são tão banais que já se fala até em Web 3.0.

Não se sinta molestado ou culpado por ter se deixado acreditar em mais este neologismo que é a Web 2.0. Eu também acreditei.

Mas se você está realmente preocupado em fazer algo de bom para os usuários deste universo de informações que apelidamos de internet, estude acessibilidade, web standards e microformats.

Um comentário:

raphael villar disse...

eu tinha lido esse artigo do A List Apart, sobre web 2.0 e "futura" web 3.0
muito bom.

acredito que a denomidada "web 2.0" é sim diferente da "web 1.0" mas é o mesmo que dizer que um carro 1.0 é diferente de um 2.0 os dois levam você pros cantos que quiser, tem porta, voltante e roda, obviamente. a questão é que um vai mais rápido ou é mais confortável, ou mesmo pode usar ar condicionado e etc etc.

o termo é só nomeclatura. web 2.0 sem planejamento não vai pra frente mesmo não.

gostei do teu texto marcos.